Uma das características do Romantismo alemão, movimento tanto filosófico quanto literário, parece ser o gosto pela síntese. Esse traço, somado à obsessão pelas origens, explica um esforço intensivo e extensivo para obter um conhecimento aprofundado de todos os domínios possíveis, para encontrar entre eles relações e conexões. A enciclopédia de Novalis, que permaneceu inacabada, conserva um valor exemplar para a época, pois esse tipo de esboço feito de aforismos e fragmentos expressa um (…)
Página inicial > Palavras-chave > Autores e Obras > Irmãos Grimm
Irmãos Grimm
Jacob (1785–1863) e Wilhelm Grimm (1786–1859), incansáveis pesquisadores em matéria de filologia e de história folclórica, empreenderam muito jovens, em 1806, a tarefa de reunir contos. [Antoine Faivre]
Matérias
-
Faivre (Grimm) - Os Irmãos Grimm e a germanística romântica
8 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Faivre (Grimm) – contos e iniciação
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroRepetição, impregnação, evocam também a importância do conto para as crianças, seu papel educativo, formativo. É historicamente certo que os irmãos Grimm não reuniram os KHM para uso infantil, mas sim de um público adulto, e que aqueles que os transmitiram de geração em geração os contavam pelo menos tanto para os adultos. Tudo se passa como se ocorresse periodicamente um deslizamento dos destinatários, como em As Viagens de Gulliver, de Swift, e Robinson Crusoé, de Defoe. Por que essa (…)
-
Faivre (Grimm) – As teorias sobre a "origem" dos contos
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroO conto considerado como forma de arte precisa ou fixa não existe na Alemanha — e dificilmente na Europa — antes do século X. Antes disso, trata-se muito mais de Kraftmärchen, ou conto heroico, mais próximo da gesta heroica (Heldensage). O conto do tipo KHM difundiu-se mais no norte da Alemanha (Holstein, Pomerânia, Mecklemburgo), enquanto a Áustria e a Baviera permaneceram como o local preferido para lendas e canções populares.
A Märchenforschung (o estudo do conto) "é uma ciência (…) -
Contos Grimm
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCom seu irmão Wilhelm, o linguista e escritor Jacob Grimm, fundador da filologia alemã, dedicou-se a recolher contos populares de regiões de língua alemã. Publicada em dois volumes, em 1812 e 1815, a coletânea Contos da infância e do lar trazia piadas, lendas, fábulas, anedotas e narrativas tradicionais de toda sorte. Além, é claro, dos contos de fadas que associamos aos irmãos Grimm – como A Bela Adormecida, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria. De início, o projeto (…)
-
O Junípero
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroContribuição de Antonio Carneiro à contextualização simbólica do Conto de Grimm, O Junípero.
The image of the bird in association with the tree is a central one in Plutarch’s version of the Isis-Osiris myth.
The resurrection of the head is presented as a mystical accomplishment, while the unvanquishable power of gnosis is proclaimed.
The choice of this tale was to comment three symbols: The Tree, The Decapitation and The Bird. In the next tale selected shall be The Goden Bird by the (…) -
Jack Zipes (Grimm) – Apresentação "The Original Folk and Fairy Tales..."
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEu diria que a primeira edição (1812/1815) é tão importante quanto a sétima e última edição de 1857, se não mais, especialmente se quisermos compreender as intenções originais dos irmãos Grimm e o significado geral de suas realizações. Na verdade, muitos dos contos da primeira edição são mais fabulosos e intrigantes do que as versões refinadas da edição final, pois mantêm o sabor pungente e ingênuo da tradição oral. São narrativas impressionantes justamente por serem tão diretas e (…)
-
Faivre (Grimm) – contos, estruturalismo de Propp
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroFoi visto que a pesquisa dispõe de um sistema tipológico, devido a Antti Aarne e Stith Thompson, que facilita o trabalho dos cientistas e dos editores. Stith Thompson catalogou cerca de quarenta mil motivos, acompanhados cada um de numerosas referências. O primeiro grupo de motivos concerne os contos de animais, o segundo os contos (Märchen) propriamente ditos, o terceiro as histórias facetas. O segundo, que interessa aqui, é dividido em subgrupos:
— a) Um herói deve lutar contra um (…) -
Faivre (Grimm) – exemplos de estruturalismo de Propp
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroOs KHM não são tão "puros" quanto os contos coletados por Afanasiev, mas sabemos que, embora se possa concordar com Propp nesse ponto, seria errado suspeitar que os irmãos Grimm tenham feito principalmente uma obra de "poesia de arte". Trata-se muito mais de "poesia da natureza" — não de Kunstmärchen. A própria diferença observada por Propp entre os contos de Afanasiev e os KHM leva a tentar aplicar a estes o esquema das funções proposto pelo autor da Morfologia do conto. Este, como se viu, (…)
-
Faivre (Grimm) – crítica do formalismo interpretativo
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroAo contrário da psicanálise, o estruturalismo não se interessa pelos conteúdos da consciência, mas pelos processos do pensamento: “Compreender um mito é, portanto, conceber o processo de simbolização que lhe é próprio”. Mas as coisas não são tão simples, pois nem sempre se pode falar desse processo sem levar em conta seu suporte ou o que ele suporta. Nem sempre se pode evocar o papel das funções sem, por vezes, levar em conta as ações. Roland Barthes distinguiu pertinentemente o nível das (…)
-
Faivre (Grimm) – "formas simples" na literatura escrita e oral
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroEm uma obra por vezes discutível mas sempre útil, André Jolies falou em 1930 de certas "formas simples" na literatura escrita e oral, ou seja, não redutíveis a outras formas, e que seriam o resultado do confronto organizador do homem com o mundo, sendo a língua o tema desse confronto. Nem a estilística, nem a retórica, nem a poética podem captá-las — reduzi-las —, e isso ainda menos porque não são verdadeiramente obras de arte, embora façam parte do patrimônio artístico. Tais são, portanto, (…)
- 1
- 2