Examinemos a questão noutra perspectiva. Uma das portas de acesso ao mundo mítico é a reflexão sobre o simbólico. Se há uma realidade simbólica - aquela, cuja expressão mais adequada é o mito - é ela constituída por entes fluidos e translúcidos; de tal maneira fluidos, que indistinto se torna o limite entre o ser humano e o ser divino, entre o ser divino e o ser natural, entre o ser natural e o ser humano; e de tal maneira translúcidos, que através do ser homem transparece o ser animal ou o (…)
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Eudoro de Sousa
Eudoro de Sousa (1911-1987)
Matérias
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Eudoro de Sousa – O Simbólico
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro -
Eudoro de Sousa – Reescrever a "História da Filosofia"
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroEudoro de Sousa respondendo a interlocutor sobre sua "leitura" de Parmênides afirma: ...uma inclinação, que sempre foi minha, para mais relevar o que aproxima, do que chamar a atenção, com repicar de sinos ou bramidos de trompas, para o que separa e opõe os filósofos que leio e medito. Talvez seja este, outro aspecto da «originalidade» que V. me atribui, porque, voltando ao final da sua longa pergunta, é possível que tal inclinação «implique refazer (não diria ’ao contrário’) o caminho (…)
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Eudoro de Sousa – Mitologia Grega, physiomythia
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroA mitologia grega é, pois, uma physiomythía, que ainda não é a physiologia dos filósofos, para os quais, após a teoria da natureza, vem uma teoria do homem e, por fim, uma teoria da divindade. Decerto que há uma «filosofia do mito» (título de uma obra de M. Untersteiner, 1946, 1.a ed.). Mas entendemos bem o que esta expressão deveria significar. Fisiologia do mito não é uma fisiologia para a qual o mito aponta, uma fisiologia que o mito «quer dizer», mas não diz, porque só a filosofia o pode (…)
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Eudoro de Sousa – Taaroa (Polinésia)
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEle era. Taaroa era seu nome, ele estava no vazio: sem terra, sem céu, sem homens. Taaroa chama os quatro cantos do universo. Nada responde. Existindo sozinho, ele se transforma em universo. Taaroa é a luz, ele é a semente, ele é a base, ele é o incorruptível. O universo é apenas a casca de Taaroa. É ele quem o coloca em movimento e faz surgir sua harmonia.
Tradição polinésia -
Eudoro de Sousa – Origem
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroO «originado» pode considerar-se sincrônica ou diacronicamente: mas a «origem» do originado, só ucronicamente. A origem preside tanto ao início, quanto ao meio e ao término do originado que nos apareça via processionis. Quer dizer, a origem e o originado não podem situar-se no mesmo plano ou nível de realidade. Onde está a origem de uma linha traçada neste quadro? Traçada horizontalmente da esquerda para a direita, no primeiro ponto à esquerda? Ou no movimento do braço que a traçou? Não se (…)
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Eudoro de Sousa: Alegoria da Caverna
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroSó para desentranhar todas as implicações destas poucas páginas da República (v. Republica-VI), necessário seria escrever um livro inteiro. Supondo que não nos tenhamos omitido de ler com a devida atenção nenhum dos mais importantes comentários que constam da bibliografia especializada, digamos, para começar, que só nos ocorre uma excepção (Fergusson) ao quase unânime parecer acerca da convergência das três imagens em um único sentido; o que, aliás, Platão expressa por inequívocas palavras (…)
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