Denis Rougemont — O Amor e o Ocidente
EROS OU O DESEJO SEM FIM (Platonismo, druidismo, maniqueísmo) Em Fedro e O Banquete, Platão fala de um furor que vai do corpo à alma para perturbá-la com humores malignos. Não é o amor que ele louva. Mas há outra espécie de furor, ou de delírio, que não se engendra sem a intervenção de alguma divindade, nem se cria na alma a partir de nós mesmos: é uma inspiração inteiramente estranha, uma atração que age externamente, um arrebatamento, um rapto (…)
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Obras e crítica literárias
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Rougemont Eros Agape
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro -
Durand (FM) – Gustav Meyrink
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroDurandFM
Ao ler esta página, parecerá menos paradoxal aproximar a obra de Gustav Meyrink da Grande Obra proustiana. E, no entanto, esses dois autores parecem estar nos antípodas literários um do outro: enquanto a obra de Proust é um longo e contínuo monólogo interior, a obra de Meyrink é feita de livros autônomos em seus temas e personagens. Enquanto a descoberta do francês é a posteriori, após uma longa e tateante "busca", a do austríaco primeiro apresenta a priori — no domínio (…) -
Gilbert Durand (GDFS) – Caminhos do Ano
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroGilbert Durand — A Fé do Sapateiro. Excertos da tradução de Sérgio Bath Todo o tempo da vida presente se divide em quatro partes: o tempo do desvio, da renovação ou retorno, da reconciliação e da peregrinação... (Jacques de Varazze, Provincial da Lombardia dos Irmãos Pregadores. A Lenda Dourada, 1260) Ao escolher este título para minha intervenção nas quartas Jornadas da Universidade de São João de Jerusalém quis antes de tudo render uma homenagem direta ao belo trabalho do meu colega e (…)
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Gilbert Durand (GBFS) – Cristo Cronocrator
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro(...) É certo que Sterckx e Champeaux assinalam que o lugar do Cristo "cronocrator", tal como representado no pórtico de tantas basílicas romanas (por exemplo em Vézelay, em Autun, em Sainte-Croix de Bordeaux, em Aulnay, etc.), entre os meses e os signos do zodíaco, não é — como se poderia esperar — o solstício astronômico (fim dos Gêmeos, começo de Câncer) de verão, mas está entre Câncer e Leão. Todavia, esses sábios autores não aprofundam o insólito dessa situação zodiacal.
Corrobora tal (…) -
Gilbert Durand (GDSAI) – Imaginação simbólica
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcertos do livro "Imaginação Simbólica", trad. de Liliane Fitipaldi "Um sinal é uma parte do mundo físico do ser (being), um símbolo é uma parte do mundo humano da significação (meaning)." E. Cassirer, An Essay on Man, p. 32. Sempre reinou extrema confusão no uso de termos relativos ao imaginário. Talvez se deva presumir que esse estado de coisas provém da extrema desvalorização que sofreu a imaginação, a "phantasia", no pensamento do Ocidente e da Antiguidade clássica. De qualquer modo, (…)
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Lepinte : Goethe et le goût du mystère
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroEn embrassant dans leur évolution les rapports de Goethe et de l’occultisme, nous avons pu déterminer trois « moments » essentiels : l’expérience magique de Francfort et ses prolongements ; la période sceptique et critique où paraît le Gross-Cophta ; enfin l’expérience de l’occultisme romantique, centré autour des manifestations du magnétisme animal. Malgré une rupture dans la continuité de ces rapports, marquée par l’époque du Gross-Cophta, la veine mystique et occultiste circule d’un bout (…)
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Molder (1995:47-50) – A constituição de uma prosa pensativa em Goethe
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroNão tendo propriamente qualquer órgão para a filosofia e sabendo escapar, quando necessário, à sua influência, recolhendo-se à sua própria disciplina, Goethe deixa-nos perceber, paradoxalmente, vestígios dos aspectos mais decisivos da possibilidade de uma prosa pensativa, de uma prosa teórica. Na verdade, os temas goethianos obrigam mesmo a um retorno a algumas dessas questões. O pensamento da forma apresenta-se no interior de constrangimentos que lhe são inerentes e que solicitam uma tarefa (…)
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Wasserstrom: Eliade sobre Goethe
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcertos da tradução em português de Dimas David Santos Silva, do livro de Steven Wasserstrom, "Religion after Religion"
Eliade, assim como Corbin, nutria uma paixão pela Alemanha e suas coisas nos anos 20 e 30. Naquela época Goethe tornou-se um de seus marcos pessoais de grandiosidade. ’(Voltaire) encorajou meus sonhos de um espírito universal... (mas quando) descobri outros autores universais, especialmente Papini e, mais tarde, Goethe e Leonardo da Vinci, parei de lê-lo’. No final de (…) -
Centeno: Goethe, O Conto da Serpente Verde
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcertos do livro de Yvette Centeno, A SIMBOLOGIA ALQUÍMICA NO CONTO DA SERPENTE VERDE DE GOETHE
O Conto da Serpente Verde de Goethe, escrito em 1795, ainda hoje é, de todas as suas obras, aquela que nos deixa mais perplexos.
Integra-se numa obra a que o autor deu o título de Conversas de Emigrantes Alemães. Mas nem o título, nem o teor geral das histórias narradas, ajudam a entender melhor o Conto com que a obra finaliza. Várias histórias são contadas pelos emigrantes uns aos outros, (…) -
Centeno: Goethe - Fausto
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro"Mas este aprendeu, irá ensinar-nos." Goethe, Faust
A magia, como têm observado os seus estudiosos, constitui um universo coerente de ideias, uma representação global do homem e do mundo, semelhante, pela função, à das concepções religiosas, tradicionais e oficiais, embora se desenvolva à margem delas. É a angústia da consciência inquisidora das razões e dos mistérios do universo que se projecta na magia, enquanto forma útil de apreensão e domínio desse mesmo universo.
«A um mundo (…)