Atualmente está na moda, nos escritos sobre mitologia, dar grande ênfase à metodologia, frequentemente quase em detrimento do conteúdo. Um livro que aplica a técnica de Claude Lévi-Strauss à mitologia australiana é visto como prova ou refutação das formulações estruturalistas, em vez de fornecer novos insights sobre a mitologia australiana. Importa pouco qual material se escolhe usar, ou quais conclusões se tiram dele, desde que se proceda da maneira correta ou, pelo menos, de forma (…)
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Matérias
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O’Flaherty – O Mito
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
O’Flaharty – roda dentro da roda
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEzequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar, Ezequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar. E a rodinha girava pela fé, e a rodona girava pela graça de Deus.
É uma roda dentro da roda, lá no alto no meio do ar.
Canção tradicional afro-americana
E olhei, e eis que quatro rodas estavam junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor de pedra de berilo. E quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma (…) -
Vernant – Do Mito à Razão (III): Filosofia, Política, Moeda e Ser
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro(Vernant1990)
A solidariedade que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. Na verdade, a cidade realiza no plano das formas sociais, esta separação da natureza e da sociedade que pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política destacou-se da organização cósmica; aparece como uma instituição humana que é objeto de uma indagação inquieta, de uma discussão apaixonada. Neste (…) -
Joël Thomas – olhares sobre o mito
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroÉ necessário, portanto, colocar as coisas em perspectiva e diacronia, e perguntar: De qual mito estamos falando? Estamos tipicamente diante de um problema de representação; e, mesmo que nem sempre tenham tido plena consciência disso, os gregos do século V não falam do mito como os gregos de Alexandria no século I a.C.
Vamos tentar traçar um rápido panorama dos diferentes olhares que a sociedade grega lançou sobre seus mitos.
Jean Rudhardt defendeu de forma convincente (« Une approche de (…) -
Vernant – Do Mito à Razão (I): O Mito Grego
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro(Vernant1990)
No decurso dos últimos cinquenta anos, a confiança do Ocidente neste monopólio da razão foi todavia abalada. A crise da física e da ciência contemporâneas minou os fundamentos — que se julgavam definitivos — da lógica clássica. O contato com as grandes civilizações espiritualmente diferentes da nossa, como a da Índia e a da China, rompeu os quadros do humanismo tradicional. O Ocidente já não pode hoje considerar o seu pensamento como sendo o pensamento, nem saudar na aurora (…) -
O’Flaherty – Cavalos como invasores
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA maioria dos povos que entraram na Índia ao longo dos séculos o fizeram a cavalo. Primeiro vieram os povos védicos, antes conhecidos como indo-europeus (mais propriamente, falantes de indo-europeu), que trouxeram seus cavalos de onde não sabemos (provavelmente do Cáucaso), e depois gregos e citas, cavalgando pelos desfiladeiros do noroeste. Esculturas em Sanchi, algumas datadas do segundo século a.C., retratam vários estrangeiros do noroeste—neste caso, principalmente gregos—a cavalo. (…)
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O’Flaherty – Meta-estórias
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroOs mitos não nos contam apenas sobre encontros com o estranho; eles são, eles mesmos, em um plano uma vez destacado, tais encontros para nós. Por meio dessa luta metodológica com os mitos, podemos levantar certas questões básicas de significado humano. O que aprendemos com as histórias que os seres humanos contaram sobre estranhos, animais, deuses e crianças? Podemos aprender muito sobre os outros, e sobre os mitos, a partir de nossos próprios mitos sobre os outros. E podemos aprender ainda (…)
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Joël Thomas – Paisagem mítica
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAntes de falar dos mitos literários, não se pode dispensar uma descrição geral da paisagem mítica, para melhor compreender que o mito literário é apenas um dos aspectos de uma constelação mítica mais ampla. E se, por outro lado, nossos exemplos são inicialmente retirados da mitologia greco-latina, justifica-se isso lembrando a evidente filiação entre essa cultura e nossa cultura europeia ocidental (evitamos, no entanto, a noção de "raízes", e explicaremos por quê), e também porque os (…)
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Pierre Gordon (Hermès:5-7) - Le problème d’Hermès
25 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroComment synthétiser ces emplois et ces figurations disparates ? Comment rendre compte que cette entité si complexe, et presque chaotique, soit devenue, à la longue, Hermès Trismégiste, autrement dit le trois fois très grand Hermès, le maître des pensées transcendantes, le dispensateur de la lumière cachée, le révélateur des secrets initiatiques, au point que Justin le Martyr pourra écrire, dans l’une de ses Apologies (I, 22) : « Nous appelons Jésus-Christ le Logos ; nous lui appliquons la (…)
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Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (4)
17 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
III. - Nous en venons maintenant aux contes de la forme inversée, dans lesquels l’être mystérieux épousé est féminin. Ils ont la même atmosphère d’initiation et de mystique, mais ils semblent pour ainsi dire insister sur le côté actif, le côté conquête, comme s’ils représentaient l’aspect effort humain plutôt que l’aspect passif et théocentriste. Tout d’abord, nous trouvons le groupe très nombreux et très largement (…)