"A ficção científica é a mitologia do mundo moderno." É um bom slogan e útil quando se enfrenta pessoas ignorantes e desdenhosas da ficção científica, pois as faz parar e pensar. Mas como todos os slogans, é uma meia-verdade, e quando usado descuidadamente como uma verdade completa, pode causar todo tipo de confusão.
Onde se deve ter cuidado é com aquela palavra complexa "mitologia". O que é um mito?
"Mito é uma tentativa de explicar, em termos racionais, fatos ainda não racionalmente (…)
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Matérias
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Ursula K. Le Guin – Mito e arquétipo em ficção científica
9 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Do Mito à Razão
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroNada melhor do que um clássico texto de Jean-Pierre Vernant para introduzir esta seção.
A formação do pensamento positivo na Grécia arcaica
O pensamento racional tem um registro civil: conhece-se a sua data e o seu lugar de nascimento. Foi no século VI antes da nossa era, nas cidades gregas da Ásia Menor, que surgiu uma forma de reflexão nova, inteiramente positiva, sobre a natureza. Burnet exprime a opinião corrente quando observa a este propósito: "Os filósofos jônios abriram o caminho (…) -
Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (2)
17 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
I. - Les variantes arabes et berbères sont nombreuses en Afrique du Nord, où elles peuvent se répartir entre trois principaux groupes (auxquels il conviendrait d’ajouter celui du thème renversé, à forme masculine, que nous étudierons plus loin), que nous appellerons : Caftan d’Amour, Et-Taj Ahmed ben Amar, Le Collier volé.
Dans Caftan d’Amour tacheté de Passion (Contes Fasis, recueillis par M. El Fasi et E. (…) -
Patocka – Mito
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroTodos temos o hábito de abusar das palavras, de reduzi-las ao seu significado mais banal para usá-las como uma espécie de moeda falsa. É, entre outros, o caso da palavra "mito", que designa aos nossos olhos uma mistificação ou uma automistificação, uma representação anônima, surgida não se sabe de onde nem como, uma simples opinião ou rumor desprovido de fundamento que não consideramos como uma criação do pensamento com alcance objetivo, mas sim como um epifenômeno subjetivo. É nesse sentido (…)
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Patocka – o mito e sua desagregação
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroDissemos que o primeiro fruto desse retorno [pela objetivação da linguagem] é o mito, a lenda, a fábula. O mito mantém a coesão de um sentido uno: "uno" porque a trama, a ação, a situação, a tarefa a cumprir devem ser conduzidas a uma conclusão que, feliz ou trágica, deve sempre representar uma resposta, resolver a questão do sentido da história narrada. É assim que se objetiva um contexto de vida, com suas referências internas, sua forma e conteúdo. Aqui se expressam as tendências mais (…)
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Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (6)
17 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
V. - Quelle que soit l’importance du « tabou » qui se trouve au nœud des récits que nous étudions et dont la violation amène la catastrophe, et quel que soit l’intérêt des rapprochements que l’on peut faire à cet égard entre la fiction et la réalité, il ne faudrait pas s’arrêter là, limiter l’ensemble à ce détail, et croire, comme a tendance à le faire A. Lang, que les contes en question ont été inventés pour graver (…) -
Do Mito à Razão (II): O Sábio
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro(Vernant1990)
Nos alvores da história intelectual da Grécia, entrevê-se toda uma linhagem de personalidades estranhas para as quais Rohde chamou a atenção. Estas figuras, semilendárias, que pertencem à classe dos videntes estáticos e dos magos purificadores, encarnam o modelo mais antigo do "Sábio". Alguns acham-se estreitamente associados à lenda de Pitágoras, fundador da primeira seita filosófica. O seu gênero de vida, a sua investigação, a sua superioridade espiritual, colocam-nos à (…) -
Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (1)
16 de dezembro de 2008, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
Depuis déjà des siècles et presque des millénaires, l’imagination se plaît à évoquer la figure d’une belle jeune femme en toilette nocturne, un flambeau à la main et qui se penche’ sur le corps parfait et nu d’un adolescent endormi, comme anxieuse d’y lire les plus profonds arcanes du destin. On sait que le flambeau vient d’être allumé, on sait que le beau corps gisant comme un mort va se réveiller et s’envoler comme (…) -
Faivre (Grimm) – sobre o mito e o conto
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroNa edição de 1819-1822 em três volumes, os irmãos Grimm precisaram seu propósito. O prefácio do primeiro volume é seguido por uma introdução cujo trecho intitula-se "Bedeutung als Ueberlieferung" ["Significação [do conto] como tradição"], no qual observam que ninguém conhece os autores desses contos que aparecem por toda parte como tradições (palavra sublinhada no texto). Isso, acrescentam, não deixa de ser notável sob mais de um aspecto. Há séculos esses contes vivem, "modificando-se (…)
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Faivre (Grimm) – contos e mitos
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA primeira das duas proposições anteriores diz respeito ao mito "histórico" e se aproxima muito de certas teorias chamadas acima de "antropológicas", especialmente daquelas que veem nos contos a lembrança de antigos ritos. Seguindo os Grimm, vários autores desenvolveram essa proposição. Citamos como exemplo característico a tese de Maria Führer publicada em 1938: [Tradição germânica da mitologia nórdica e conto popular alemão; 80 contos dos Irmãos Grimm iluminados pelo mito]. Aqui estão (…)