Escolhemos os salões do Faubourg Saint-Germain como exemplo do papel dos judeus na sociedade não judaica da França. Quando Marcel Proust — que era semijudeu e em situações de emergência estava sempre pronto a identificar-se como judeu — saiu em busca do “tempo perdido”, escreveu realmente o que um dos seus críticos mais apologéticos chamou de uma apologia pro vita sua. A vida daquele que foi o maior escritor da França do século xx foi vivida quase exclusivamente em sociedade; os eventos se (…)
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Proust
Proust, Marcel
Matérias
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Arendt – Marcel Proust, os judeus franceses em sua época
28 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Beistegui – como Proust pensa a memória
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEm Busca do Tempo Perdido depende de uma teoria da memória que envolve Proust em um diálogo com os psicólogos e filósofos de seu tempo, Taine, Ribot e Bergson em particular. Por exemplo, sua crítica à visão de que é a "inteligência" que nos dá acesso à verdade do mundo e à nossa experiência dele, bem como o papel positivo que ele atribui à memória em tudo isso, não teriam sido possíveis sem as ideias desenvolvidas em Da Inteligência (De l’intelligence), em que Taine define a inteligência (…)
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Enthoven (Proust) – Albertine
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroJovem em flor, morta prematuramente, órfã, grande perturbadora da Recherche – que não suspeita, em seu início, das metástases virtuosas ou venenosas que irá injetar –, Albertine Simonet estará tão frequentemente presente nesta obra que nos dispensaremos de propor, de imediato, um retrato definitivo. Deixemos que ela surja como na narrativa que, subitamente, se lança a seus pés. E permitamos a esta Pomba esfaqueada (pois este foi, por um instante, o título escolhido por Proust para sua obra (…)
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Enthoven (Proust) – Amor
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroExcetuando sua variante familiar (e principalmente de mãe ou de avó), o amor é, paradoxalmente, o sentimento menos valorizado, embora o mais mencionado, em Proust. É um resquício da angústia "que emigrou (...) e se confunde com ele", um afeto sem valor próprio que só se experimenta por falta, pois só se sofre com sua ausência, como se fosse apenas a consequência de sua "sombra" grandiosa, o ciúme. A existência do amor proustiano se deduz então por ricochete ou em negativo ("amamos as pessoas (…)
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Beistegui – como Proust pensa o deleite
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroOs espinheiros já apontavam para a "presença" de uma realidade além da mera presença física, além de sua materialidade bruta, ao mesmo tempo em que indicavam algo que se desdobra diante dos olhos do narrador, por assim dizer, ali mesmo nos caules, nas pétalas, no perfume. De alguma forma, essa experiência anunciava outras mais profundas, nas quais a transubstanciação da matéria e sua alegria correspondente se mostram ainda mais intensas e manifestas. O sabor de uma madeleine mergulhada no (…)